Durante muitas décadas, em especial, no período de 1920 a 1960, Guaratinguetá foi conhecida em todo o Brasil, como a “Atenas do Vale do  Paraíba”.

Este merecido título estava relacionado com a instalação da Escola Normal, uma das únicas existentes no interior do Brasil, atraindo professores e estudantes das várias regiões brasileiras, que vinham em busca de um saber e de um diploma que lhes permitisse uma rápida ascensão social e econômica nas suas cidades de origem. Enquanto as demais cidades do Vale, vegetavam em torno de uma "economia de saudosismo", amargando o ciclo das "cidades mortas", Guaratinguetá regorgitava com os estudantes, as pensões, os cabarets, as serenatas, os "meetings", os pequenos e os grandes jornais, as lutas acirradas entre os "Alves" e os "Camargo", o Clube Literário e Recreativo, o Centro Social, o Grêmio "Ruy Barbosa", o Clube de Regatas, o Hipódromo, o Parque Cinema, o Teatro Municipal, as festas de São Benedito, Santa Cruz, Senhora do Rosário, Santa Rita e do Divino Espírito Santo, o ciclo junino, os campeonatos da Associação Esportiva de Guaratinguetá, de gloriosa memória. Junto com a Escola Normal, o Colégio Nossa Senhora do Carmo, o Colégio São José e o tradicional Colégio "Nogueira da Gama", dirigido pelo eminente educador Lamartine Delamare Nogueira da Gama, completavam o conjunto de escolas de alto nível, sediadas em Guaratinguetá. Reflexo desse seleiro de escolas, foram as intensas atividades culturais e artísticas, desenvolvidas na cidade, a partir da década de 1920, revelando escritores, compositores, intérpretes, pintores, poetas, escultores, jornalistas, pesquisadores, críticos, boêmios: Bomfiglio de Oliveira, Dilermando Reis, João Regino, Bendito Teófilo da Silva, José Catarina, Antonio Eulálio dos Santos, Benedito Cipolli, Clarimundo Cuba, Manoel Ângelo, Licínio Silva, Gastão Formenti, Ernesto Quissak, Teixeira Machado, Vieira Paes, João Dorat, João Rebello, Benedito Barbosa, José Rodrigues Pinto, formavam o grupo "boêmio", animando as noites e as madrugadas, fazendo ponto nas esquinas e bilhares da praça, nos "cabarets", compondo, pintando, escrevendo, sonhando, bebendo, amando e poetando.

Da "Atenas do Vale", saíram, Francisco de Assis Barbosa, Homero Senna, Alves Motta Sobrinho, Brito Broca, Júliuo Senna, José Geraldo Rodrigues de Alckmin, Rubens Limongi França, Carlos e Paulo da Silva Lacaz, Euryclides Zerbini, Higino Aliandro, entre outros.